sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Protótipo de aplicativo: PowerGyro App


O dispositivo futurístico da figura acima é um PowerBall, um aparelho para exercitar os braços e os pulsos que é muito divertido de usar. Criei um protótipo falso de um aplicativo para iPhone que é um simulador de PowerBall.

Obviamente um aplicativo falso precisa ter também uma “landing page” falsa, e o PowerGyro app tem a sua própria!


Abaixo falarei um pouco mais sobre essa história de aplicativos e landing pages falsas, mas por enquanto eu gostaria que você desse uma olhada neste vídeo demonstrando o protótipo.


Se você não conhece o PowerBall provavelmente o aplicativo não faz o menor sentido, por isso vou tentar explicar como funciona. A bola amarela pode girar livremente dentro da carcaça azul, que o usuário precisa segurar com bastante firmeza. O usuário primeiro faz a bola interna girar a uma certa velocidade inicial (usando seu dedo, se for experiente, ou usando uma cordinha, se for iniciante). A bolinha tentará girar sempre no mesmo plano (devido a um conceito de física chamado de “conservação do momento angular”), e se o usuário tentar alterar seu plano de rotação girando a carcaça externa, a bolinha irá exercer uma força de reação contra a mão do caboclo. Se o usuário girar o aparelho na frequência certa, sincronizada com a rotação da bolinha interna, é possível transferir energia para a bolinha fazendo com que ela gire cada vez mais rápido. E quanto mais rápido ela gira, maior é a força que é necessário fazer para conseguir acelerá-la mais ainda. O resultado é que, na tentativa de fazer a bolinha girar o mais rápido possível, o PowerBall irá gerar uma força de reação elevada (mas ao mesmo tempo contínua, sem impactos bruscos) nos músculos de seu braço. É um exercício muito bom! Aliás, a bolinha consegue atingir velocidades de rotação maiores do que 12 mil rotações por minuto! É uma diversão interessante tentar quebrar o seu próprio recorde de rotações e competir com seus amigos.

O PoweGyro app simula toda a alegria e excitação de competir para ver quem consegue atingir a maior rotação! O usuário segura o iPhone como se fosse o PowerBall, "gira" a bolinha interna com o dedo e, girando o pulso de maneira sincronizada, tenta acelerá-la ao máximo. Obviamente o iPhone não realimentará para o braço do usuário a força que o PowerBall original produz, mas o usuário poderá ter uma sensação da velocidade que está atingindo através de realimentação sonora e da vibração do iPhone.

O vídeo acima mostra um protótipo totalmente falso do aplicativo. Eu sei que é difícil de acreditar, pois o aplicativo está maravilhosa e profissionalmente bem acabado, mas o vídeo nada mais é do que uma apresentação de slides animada que mostra como o aplicativo final funcionaria. Não escrevi uma linha de código sequer. O lindo de fazer protótipos falsos é que você consegue muito rapidamente ter algo para mostrar para pessoas e para usar para recolher sugestões e feedback. Levei umas três horas para fazer a apresentação inteira, inclusive os desenhos e as animações!

Essa idéia de fazer protótipos falsos não é tão nova assim. Eu já tinha visto o conceito em livros como The 4-hour work week e The Lean Startup, mas fiquei animado mesmo quando vi o vídeo Prototyping: Fake it till you make it, disponibilizado na página da conferência de desenvolvedores da Apple WWDC 2014. Nesse vídeo, uma equipe de desenho de aplicativos da própria Apple explica o processo que eles usam quando vão criar um novo aplicativo. E o processo começa desse jeito impressionantemente simples e eficaz. Eles vão fazendo telas falsas que mostram como o aplicativo funcionaria. Depois eles passam para o iPhone e entregam para pessoas olharem e opinarem. Depois, aos poucos eles vão substituindo as telas falsas por telas cada vez menos falsas para obterem ainda mais opiniões dos usuários, até que finalmente eles descobrem como deverá ser o aspecto mais ou menos final do aplicativo e os programadores podem começar a desenvolver.

Gostei muito! Especialmente porque, sendo programador, tenho o vício de ter a idéia de aplicativo e já querer começar a programar muito rápido. Se você já não pensou previamente em como serão as funcionalidades e telas do aplicativo, é muito difícil ficar interrompendo o trabalho de programação para ficar pensando na próxima tela. É muito improdutivo, porque você fica querendo se apressar no projeto da tela para já voltar a codificar. Esse processo de fazer um aplicativo falso é muito bom porque te força a ficar pensando apenas nas funcionalidades e no aspecto do aplicativo, e acaba sendo fácil e divertido elaborar as animações no Keynote ou PowerPoint.

Eu também mencionei que o aplicativo tem uma landing page falsa. Uma landing page falsa é uma página que anuncia o aplicativo como se ele já estivesse disponível para download. Com ela, você pode tentar promover o aplicativo usando SEO (Search Engine Optimization) e verificar quantas pessoas se interessariam pelo aplicativo. Na página tem um botão de “Download" que leva a uma página que informa ao usuário que o aplicativo está em desenvolvimento e convidando-o a se registrar para receber mais informações por e-mail. Usando um serviço como o Google Analytics, por exemplo, é possível verificar quantas pessoas entraram no site, e desse total quantas clicaram no botão de Download. Se a quantidade de pessoas que clicaram no botão de Download for grande o suficiente é possível estimar se vale a pena desenvolver o aplicativo, já que sabemos uma estimativa inicial do tamanho do público alvo.

Obviamente não é tão fácil assim! Não é só criar uma ratoeira fantástica e esperar que os compradores venham buscar. É necessário atrair as pessoas para a landing page para começar, e fazer isto já é difícil. Mas vou continuar fazendo protótipos e landing pages falsas para ir aprendendo como é o processo.

Ficarei muito feliz se você deixar algum comentário abaixo sobre o que você achou do aplicativo ou sugestões para melhorar este processo de prototipação falsa.

Ah, e antes que você me avise, eu já sei que existe um simulador de PowerBall para iPhone na AppStore. Eu não sabia que existia antes de fazer este protótipo, mas o fato de existir um concorrente não invalida a experiência pois, com o tamanho da internet, é totalmente plausível que pessoas acabem chegando ao meu aplicativo sem saber que existe o outro. ;-)


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